Para estimular crianças e adolescentes a serem mais criativos, os educadores precisam ter comportamentos que sejam exemplos para a nova geração
Ao pensar em criatividade, é comum confundir o termo com a presença de um talento especial ou genialidade. Sobre esse quadro, Ruymara Almeida, Diretora Pedagógica da Red Balloon, explica que a competência é inerente a todas as pessoas: "Na verdade, por sermos seres pensantes, nós fomos superando os nossos desafios e resolvendo grandes e pequenos problemas através da criatividade".
Já o conceito de inovação, que também é pauta deste texto, consiste na habilidade de tornar realidade o que se imaginou no processo criativo. Em outras palavras, os estudantes, além de imaginar, precisam ter a iniciativa de executar a ideia.
Segundo a diretora, o desafio atual da educação é estimular crianças e adolescentes a se interessarem por conteúdos diferentes do que está facilmente disponível na internet. Para incentivar o aprendizado da criatividade e da inovação, os profissionais devem aplicá-las na própria vida e, a partir disso, destinar momentos da aula especificamente para essas habilidades.
Confira 5 obras, indicadas por Ruymara Almeida, que abordam a criatividade e a inovação, pensando no trabalho dos educadores:
No livro, Carol S. Dweck - professora de psicologia na Universidade de Stanford e especialista internacional em sucesso e motivação - explica como o "mindset", orientação mental com a qual encaramos a vida, é importante para o sucesso. Segundo a autora, essa atitude define a relação de uma pessoa com o trabalho, colegas, amigos e familiares, sendo crucial para o bem-estar.
Além disso, essa mentalidade influencia o indivíduo a buscar soluções para os seus problemas ou explorar novas atividades.
Escrito pelo renomado psicólogo croata Mihaly Csikszentmihalyi, o livro mistura a linguagem acadêmica com a coloquial para estudar o processo criativo como um todo. Analisando entrevistas com mais de cem pessoas excepcionais, que vão de poetas a empresários, o especialista discute mitos e fatos sobre pessoas criativas, e o que as leva àqueles momentos de inovação e entusiasmo. O autor, que também redigiu o best-seller "Flow", enfatiza que a criatividade precisa ser cultivada e é essencial para o futuro do mundo.
"Os sete saberes necessários à educação do futuro" aponta falhas e problemáticas da educação, que, por anos, foram ignoradas. Morin divide sua análise em sete capítulos, nos quais propõe mudanças educacionais, para que sejam incluídos fatores além dos acadêmicos. Nesse sentido, ele explica que a ética, a cultura, as interações humanas, a incerteza e a identidade, por exemplo, são aspectos que influenciam o aprendizado estudantil.
Com uma leitura fácil e didática, a obra indica estratégias para colocar a criança no centro da própria educação. A tarefa de educar no século XXI pode ser um grande desafio, principalmente por causa de rotinas agitadas e um excesso de estímulos externos. A partir disso, o despertar da curiosidade aparece como chave, instigando para o aprendizado de maneira natural e respeitando o desenvolvimento individual.
Representando o Brasil na lista de indicações, o livro "Felicidade na Escola" - de Learice Barreto Alencar - foca na relação entre a felicidade e a dinâmica escolar. A obra traz pesquisas de como os gestores, professores e demais agentes da educação podem trazer intencionalidade para o aprendizado e, sobretudo, tornar o ambiente uma fonte de felicidade para os estudantes.
E aí, por qual dessas indicações você pensa em começar a sua leitura?