O que é o palácio mental e como fazer uso desta técnica?
Na série Sherlock, da BBC, o protagonista se mostra capaz de lembrar de informações de modo semelhante à procura de um arquivo no computador. Será que isso é realmente possível? Para desvendar esse mistério, devemos conhecer a técnica chamada de palácio mental.
Sabemos que o personagem Sherlock Holmes é um mestre da dedução. Ele usa essa e outras habilidades de raciocínio para resolver crimes que ninguém mais consegue. Mas há outro truque mental no arsenal de Sherlock que qualquer um pode aprender para levar a memória a outro nível: o palácio mental - ou palácio da memória.
Essa é uma técnica utilizada por participantes do Campeonato Mundial de Memória e por pessoas das mais diversas áreas que buscam fortalecer sua memória e seus processos de aprendizagem - inclusive da língua inglesa.
Que tal saber mais sobre como o palácio da memória pode servir de apoio ao estudo de inglês? Continue a leitura e descubra mais sobre o que é e como criar um palácio da memória. Essa pode ser uma técnica valiosa para apoiar o aprendizado de seus filhos ou alunos! Acompanhe a seguir.
O que é palácio mental?
Um palácio mental, ou palácio da memória, é uma espécie de construção imaginária em sua mente que se baseia em uma localização real. Se você consegue ver seu quarto mentalmente, pode construir um palácio da memória para ajudar no aprendizado de um novo idioma.
No palácio mental, “estações” são locais como um quarto ou sala de estar e o espaço entre eles é chamado de “jornada”. Ao construir o palácio da memória, você deixará objetos, palavras e frases nessas estações e, em seguida, as retomará mais tarde, quando fizer uma visita ao palácio.
A técnica do palácio da memória é baseada no fato de que somos extremamente bons em lembrar de lugares que conhecemos. Assim, esse palácio funciona como uma metáfora para qualquer lugar conhecido que você possa visualizar facilmente. Pode ser o interior de sua casa ou talvez o trajeto que você faz todos os dias para a escola ou para o trabalho. Esse lugar familiar será o seu guia para armazenar e lembrar de qualquer tipo de informação.
Outro nome para essa técnica é Método dos Loci e ela funciona principalmente porque nosso cérebro está programado para relembrar imagens mais rapidamente do que de texto - o que torna essa abordagem atrativa para o aprendizado de inglês e, especialmente, para a fixação de novo vocabulário.
Por que os gregos adoravam usar o palácio da memória? Conheça a origem dessa técnica
A origem da técnica do palácio da memória remonta à Grécia antiga. No passado, ter de memorizar dados não era algo opcional, porque as informações não eram facilmente acessíveis.
Até o século XIX, o papel era caro, especialmente para as quantidades necessárias para se confeccionar um livro. Além disso, muitas pessoas não sabiam ler e escrever, então a habilidade e a necessidade de memorizar e lembrar informações eram críticas. Tudo isso levou ao desenvolvimento e ao aprimoramento de estratégias de memorização, como o palácio mental.
Tem-se que a técnica foi desenvolvida na Grécia antiga. O poeta Simônides teria sido contratado para recitar um poema elogiando um grupo de nobres em um banquete. Após essa apresentação, Simônides teria deixado o salão e logo após o edifício desabou, dando um destino trágico aos participantes daquele banquete.
Teria sido Simônides quem identificou todos os que estavam no local, acessando em sua memória o nome dos presentes com base em sua localização na mesa. Acredita-se que esse tenha sido o embrião para o desenvolvimento da técnica de palácio mental.
Como criar um palácio mental?
Para criar um palácio mental, deve-se definir um lugar com o qual se tenha familiaridade e adicionar-lhe o máximo de detalhes possível. Para utilizá-lo na memorização, colocam-se objetos que serão memorizados a partir de sua localização nesse palácio.
Parece complicado? Fique tranquilo que vamos explicar em mais detalhes a seguir!
Como criar um palácio da memória em 4 etapas fáceis
Descubra como criar um palácio mental para, então, compartilhar essa dica com seus filhos ou alunos:
Etapa 1
Escolha um local conhecido e desenhe uma planta baixa. Pode ser sua casa, escola, empresa, entre outros. Pode ser qualquer local, desde que você o conheça bem o suficiente para desenhar uma planta baixa e lembrar dele em detalhes depois.
Etapa 2
Forme um caminho linear através da planta baixa. Faça isso antes de numerar suas estações. Os palácios da memória funcionam melhor quando você não cruza seu próprio caminho ou leva a um beco sem saída. Não empurre todas as estações possíveis em seu primeiro palácio. Inclua os locais óbvios, como banheiro, quarto, sala de estar, cozinha, bem como um ponto de entrada.
Etapa 3
Faça uma lista de cima para baixo dessas estações em ordem linear. Esta etapa é útil para fins de teste para seu palácio mental.
Etapa 4
Revise seu palácio: neste ponto, você deve ter:
- Uma planta baixa desenhada;
- Um caminho linear desenhado na planta baixa que não se cruza
- Um ponto de partida e de saída do castelo mental;
- Estações numeradas e identificadas.
Com isso, "caminhe" pelo seu palácio várias vezes, para que você possa ver ou relembrar cada estação e utilizá-la para lembrar de palavras, conceitos e expressões em inglês. Feito isso, parabéns! Você construiu seu primeiro palácio da memória e poderá ajudar os alunos ou seus filhos a fazerem o mesmo!
Como funciona o palácio mental para o aprendizado de idiomas?

Você pode estar se perguntando se esse método realmente será útil para apoiar o aprendizado de um novo idioma. Vamos te mostrar alguns dados e pesquisas que demonstram esse potencial!
Em seu livro Learning German with Mnemonics (Aprendendo Alemão com Mnemônicos), o professor de alemão Peter Heinrich relata resultados bastante positivos entre os alunos que usaram mnemônicos para aprender e memorizar artigos em alemão. Como ele aponta, os artigos podem ser difíceis de aprender porque, como fonemas, eles não têm um significado particular.
Mas ao usar uma imagem para associar a todas as palavras que levam o artigo, os alunos progrediram mais rapidamente no aprendizado do idioma.
De fato, Heinrich descobriu que a taxa de retenção dessas palavras nos alunos que não usaram mnemônicos foi de 47%, enquanto aqueles que usaram a técnica tiveram uma taxa de retenção de 82%.
Além disso, em um estudo sobre técnicas mnemônicas, o professor Richard C. Atkinson demonstrou a ineficácia do aprendizado mecânico baseado especialmente em repetição. Ele concluiu que as estratégias mnemônicas, como a do palácio mental, têm um sucesso especial no aprendizado de um novo idioma.
Vamos também a um caso de sucesso: o poliglota Timothy Doner tem uma história impressionante! Ele estudou mais de 20 idiomas, a partir dos 13 anos, e conseguiu isso, entre outras coisas, com a aplicação do palácio mental.
Se você tem curiosidade para saber como isso aconteceu, veja a palestra de Doner no TEDx Talk; lá ele descreve como é seu uso da técnica do palácio da memória no aprendizado de idiomas.
Dicas práticas para usar o palácio da memória no aprendizado de inglês

Agora que vimos como criar um palácio mental, é preciso saber mais sobre como utilizá-lo, certo? Então, confira as dicas a seguir.
Para começar, você pode tentar algo simples. Após construído seu palácio mental, experimente memorizar uma lista pequena de palavras em inglês, preferencialmente em ordem alfabética. Então, catalogue as palavras, significados e mnemônicos (as associações). Retire de seu campo de visão essa lista.
Agora é hora de fazer uma visita ao seu palácio mental, inserindo os mnemônicos em cada cômodo. Algumas ideias para inspirar:
- Comece fazendo as conexões óbvias. Quem é iniciante no novo idioma pode começar trabalhando vocabulário simples de itens presentes em sua rotina. Esses serão os mais fáceis de incorporar em um palácio de memória no início. Por exemplo, coloque todos os termos de alimentos na cozinha, os termos associados a roupas no quarto, e assim por diante;
- Após esgotar o óbvio, tente ser criativo. Afinal, pode ser mais fácil lembrar de coisas inusitadas e diferentes do comum. Lembrar, por exemplo, de Steve Jobs abrindo a geladeira de sua cozinha para pegar uma maçã ou tirando dela um notebook pode ser mais fácil do que lembrar abstratamente que maçã em inglês é apple, certo? Esse é um exemplo bem simplificado do tipo de associação que se pode fazer, veja o que funciona melhor para você, seu filho ou aluno.
Depois de armazenar essas associações em seu palácio da memória, utilize o conhecimento com frequência, tentando colocar em um contexto de aplicação prática para fixá-lo ainda mais.
Outra dica útil: faça mais de um palácio da memória. Quando preencher um, crie outro. Você pode usar seu trajeto para o trabalho para criar um palácio com vocabulário sobre trânsito ou meios de transporte, por exemplo.
É bom de início tentar criar palácios que correspondam ao menos vagamente ao vocabulário que você está tentando memorizar para facilitar este trabalho. O princípio importante a observar aqui é que quanto mais você se baseia em informações que já existem em sua memória, menos trabalho terá de fazer para obter novas informações.
Como vimos, o palácio mental é um poderoso recurso de aprendizagem de línguas que você pode usar com outras técnicas para aprender e ensinar inglês. E, à medida que se treina e aplica sua utilização, a tendência é de que se consiga reter novos conhecimentos ainda mais rapidamente, acelerando a proficiência no idioma.
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